Amazonas está entre os dez com o maior 'custo de voto' do Brasil

MANAUS- O Amazonas está entre os dez Estados do País com o maior ‘custo de voto’ por eleitor para governador, prefeito, senadores, deputados estaduais e vereadores. O Estado é o 15º do País com custo do voto mais alto para deputado federal.
O ‘custo do voto’ faz parte de um estudo elaborado, neste mês, pela Organização Não-Governamental (ONG) Transparência Brasil. Segundo a organização, o cálculo foi feito com base nos valores recebidos pelos candidatos e comitês para o financiamento das campanhas nas eleições de 2010 e 2012 e o total de eleitores de cada Estado/município.
Para os governos estaduais, segundo o estudo, o custo do voto mais alto foi registrado em Tocantins, onde o voto custou R$ 49,30 por eleitor. Tocantins também lidera o ranking do custo por voto para prefeito e vereador. O Amazonas está em 4º no ranking do voto para o governo do Estado, com um custo médio do voto em R$ 19,96 por eleitor. Nas últimas eleições, os seis candidatos ao governo arrecadaram, juntos, R$ 25,2 milhões.
Nas eleições municipais, o custo do voto no Amazonas vem aumentando desde as eleições de 2004, quando o voto custava, em média, R$ 8 para prefeito e R$ 5 para vereador. Em 2008, o custo do voto para prefeito aumentou 75%, chegando a R$ 14, e 160% para vereador, totalizando R$ 13 por eleitor.
Nas últimas eleições, em 2012, o custo do voto foi de R$ 26 e R$ 23 por eleitor, respectivamente, para prefeito e vereador, com aumentos percentuais em relação às eleições de 2008 de 85,71% e de 76,92%. O Estado ocupa a 9ª posição no ranking do custo do voto para prefeito e a 10ª no custo do voto para vereador.
Para a eleição dos parlamentares federais e estaduais, o maior custo do voto, nas eleições de 2010, foi registrado em Roraima, onde o voto para o Senado custou R$ 25,99 e para os deputados federais e estaduais custou, respectivamente, R$ 64,10 e R$ 42,01 por eleitor.
O Amazonas ocupa a 4ª posição no ranking de custo do voto para eleger um senador, com custo do voto de R$ 5,33 por eleitor, a 15ª posição no ranking do custo do voto para deputado federal e a 10ª posição entre os 26 Estados no custo para escolha de um deputado estadual.
No estudo, o diretor executivo da Transparência Brasil, Cláudio Abramo, afirmou que existe um limite de arrecadação abaixo do qual é impossível um candidato se eleger. Mas, segundo ele, arrecadar mais que o limite não garantiu a eleição de nenhum candidato até as últimas eleições, em 2012. “Todo candidato sabe que, se não obtiver doações acima do mínimo de seu Estado (município), certamente não se elegerá. Esse é o primeiro princípio norteador de todo candidato”, disse no estudo.
Em relação à arrecadação de recursos, os parlamentares federais e estaduais do Amazonas estão entre os dos 17 Estados do País que mais arrecadaram. O estudo apontou que o valor mínimo arrecadado, nas eleições de 2010, por um dos deputados federais eleitos no Amazonas foi R$ 275,9 mil. A média de arrecadação chegou a R$ 706,8 mil e o máximo arrecadado foi de R$ 1,7 milhão. O maior valor mínimo de arrecadação foi contabilizado em Goiás, onde um deputado federal não se elegeu por menos de R$ 546,8 mil. Em média, os deputados federais eleitos por Goiás arrecadaram R$ 2,1 milhões, chegando a R$ 3,9 milhões em arrecadações.
No Amazonas, um deputado estadual precisa arrecadar, no mínimo, segundo o estudo, R$ 70,5 mil para se eleger. No Mato Grosso, o mínimo que um candidato eleito arrecadou, nas últimas eleições foi R$ 197,4 mil. 
O estudo apontou ainda que a dependência financeira fica mais evidente em relaão aos partidos.

Das 31 legendas do Amazonas, nas eleições de 2012, 28 arrecadaram de R$ 200 mil a R$ 2 milhões e receberam de 10 mil a 100 mil votos. “O sucesso eleitoral, medido pelo número de votos recebidos, depende totalmente do financiamento”, disse Abramo.

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