PF vai ouvir deputado Gustavo Perrella, dono de helicóptero que carregava cocaína

Foi expedida uma carta precatória onde convoca o deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), filho do senador e ex-presidente do Cruzeiro Zezé Perrella (PDT-MG), a prestar depoimento no inquérito onde está sendo investigado a apreensão de 443 kg de cocaína, dentro de um helicóptero da empresa, na qual é um dos donos. Carolina Perrela e André Almeida Costa, irmã e primo do parlamentar, também serão interrogados, já que figuram como os outros dois donos.

O helicóptero apreendido está registrado no nome da empresa Limeira Agropecuária Ltda, com sede em Pará de Minas, a cerca de 73 KM de Belo Horizonte, foi criada pelo senador Zezé Perrella e passada para os seus dois filhos e um sobrinho, que terão que prestar depoimento.

Segundo o delegado da Polícia Federal do Espírito Santo, Leonardo Damasceno, de maneira inicial, eles irão ser interrogados na condição de testemunhas do inquérito.

"Foi expedida a carta precatória que já foi recebida pela PF de Minas. Nenhum deles figuram como investigados, mas, como estamos tentando confirmar ou não as versões apresentadas pelo piloto, é essencial ouvi-los", afirmou.

O piloto Rogério Almeida Antunes, que foi servidor comissionado da Assembléia de Minas por indicação do deputado Gustavo Perrella, fez um voo clandestino até a cidade de Afonso Alves, no Espírito Santo, pousando em uma área rural, segundo Damasceno. Para isso, a PF vai realizar perícias no GPS da aeronave.

"Vamos averiguar todos os voos realizados nos últimos dias. Vamos também gastar todo prazo possível para concluir essa investigação e, se não conseguirmos, vamos pedir mais prazo", disse.

Na última terça, dia 26 de novembro, o advogado da família Perrella, Antônio Carlos Almeida Castro, afirmou que o piloto enviou uma mensagem para o celular do deputado, na última sexta, afirmando que havia conseguido alugar o helicóptero por R$ 12 mil para uma frente agrícola.

"O deputado respondeu com um o.k., está tudo registrado no telefone, a polícia vai ter acesso", disse.